Talvez as pessoas pudessem ser como os ursos, e hibernassem.
Talvez assim isto da escrita pudesse ser como a fruta, e ter época própria.
Evitar-se-iam, assim, os conflitos entre o corpo que quer escrever todos os dias e a cabeça que nem sempre está para aí virada. Ou ao contrário, nem sei bem. Na verdade, talvez seja melhor que a escrita não tenha calendário, e que as pessoas não desapareçam durante três ou quatro meses. Tenho quase a certeza disso, mas que vos posso garantir eu? Isto hoje não está dia para escrever.
Hugo Picado de Almeida